Festival das Flores

Girl's Generation

— Festival! — exclamou a jovem, batendo palminhas ao ver a agitação. Era simplesmente ma-ra-vi-lho-so! As pessoas, as risadas – as flores estavam tão lindas! Mal podia acreditar no que seus amendoados olhos castanhos enxergavam: desde os arranjos espetaculares às plantas ornamentais. Ela mal esperava para ir na roda gigante, brincar com os arbustos, comer aquelas guloseimas engraçadas… Quem sabe não poderia até achar alguém interessante para conversar. Por onde começar? Haviam tantas coisas para fazer…

Com seu vestido florido – tal como a ocasião precisava – esvoaçante, a Pequena Sereia seguiu por entre as pessoas, distribuindo sorrisos agradáveis aos passantes que por ventura esbarravam em si. Os risinhos tímidos que disparavam de um lado para o outro eram uma forma de já se apegar à felicidade e alegria enquanto rumava ao sul.

Ao chegar ao local, teve que desviar de uns três projéteis voadores, mas nada que abalassem a sua atual animação. — Isso tudo é tão lindo… — murmurou como num suspiro.

Retirando a chave prateada, ergueu-a fronte a seus seios. — Abra o portão do Herói, Orion! — proferiu, invocando seu guerreiro do Mundo Espiritual. — Veja tudo isso, Orion! Eu precisava aproveitar a festança com você. — O homenzarrão pareceu um pouco confuso de início, mas logo esboçou uma face contente. — É claro, Sky. — comentou, colocando-a acima de seus ombros.

— Orion, seu bobo! — reclamou, batendo na cabeça dele. Com a beleza de uma jovial maga, ela agradeceu por lembrar-se de vestir um shorts por baixo; afinal, não queria proporcionar uma vista prazerosa aos pervertidos de plantão.

Até que poderia ser interessante. Não necessariamente a comemoração, mas encontrar com outros magos. Aliás, ele nunca entendera o porquê daquele festival. Era o início de alguma estação, ou uma espécie de ritual? Não sabia – ainda. Afinal, não tivera grande oportunidade de conhecer a região. Chegara há poucos dias nas proximidades do que chamavam de Guilda de Magos. Depois de constatar que lá era o lugar perfeito para treinar suas habilidades ainda não totalmente desenvolvidas, afiliou-se à Raven Tail, como era chamada uma aparente antiga Guilda das Trevas (embora ela mantivesse o tom lúgubre e funesto dos “Bons – ou Maus – Tempos”; uma piada interna).

Todavia, não tinha certeza se tinha motivos para celebrar algo. Mal sabia d’onde viera, quem diria para onde iria. “Continuar no mesmo lugar não te ajudará a trazer respostas às perguntas”, ressonou em sua mente a sua segunda consciência, ou qualquer coisa do tipo. E esse tipo d’outra alma tinha razão. Com uma lufada de ar expelida de forma tediosa por entre sua boca, aceitou o que o seu Mestre propunha. Fazer social não doeria mais do que chegar ali.

A viagem não fora lá das mais luxuosas, mas contribuiu para que se habituasse mais àquele mundo e as suas dificuldades. Principalmente, aos moradores dele, que tinham personalidades tão diversas quanto o número de estrelas do que nomeavam céu. Na sua própria guilda, como podia observar, tinham seres que exalavam desde crueldade até indiferença em certos momentos. Já em outras situações, os papéis se invertiam. Em parte, não entendia os tais humanos; se deixavam influenciar tão facilmente por fatores externos. De nada adiantava a aparência externa quando a interna era muito mais complicada.

Um exemplo era a tal de Anastasia. A jovem aparentava indiferença e seriedade, embora houvesse demonstrado uma curiosidade quase infantil num certo dia da jornada. Ainda recordava das palavras trocadas.

☆

“Ei”, chamara-lhe. “Ei, você.” Já era noite, e Logan pegara o primeiro turno de vigília, o que não era algo ruim. Ao perscrutar o ambiente com suas orbes, achou a companheira alguns metros atrás de si. “Quem é você?” , questionou, fazendo-o desviar o olhar para o manto negro com certa nostalgia. Depois, encarou o chão. “Pode me chamar de Fallen, âhn…”

“Anastasia”, disse-lhe. Estava pronto para voltar a sua posição, quando outra dúvida surgira. “E o que você faz?” Aquilo lhe intrigou. Por que ela parecia tão interessada repentinamente em quem ele era? “De onde venho, as pessoas costumam se apresentar antes de exigirem informações dos outros. É como um meio de mostrar confiança”, explicou serenamente. Ana hesitou, como se fosse pega de surpresa com aquilo. “Sou uma maga.”

“Então eu também.” E, assim, ela se foi. Um breve contato inicial, mas que rendeu alguns outros raros diálogos.

☆

Ficar pelas beiradas margeando a sociedade parecia ser algo bem ao seu tipo. Preferia observar, observar e observar, com a katana atravessada nas costas; não gostava de agir sem ter totalmente certeza – e conhecimento – do que faria. Portanto, ficar sentado naquele banco com quem descobrira ser uma Dragon Slayer era algo normal. Entretanto, a agitação era tanta que ele não podia deixar de aproveitar um pouco. — Já volto.

Seguindo para as mesas de comida, parou numa que tinha frutas, próximo a uma menina de decote saliente, além de bonita. — Olá. — cumprimentou, por mera educação. Afastou-se com um prato repleto de outras guloseimas do tipo, não sem antes dirigir-lhe um sorriso amigável; porém, teve uma ideia que o fez continuar parado do lado da moça. — É sempre assim tão ousada? — indagou numa voz distante, como se pensasse em outras coisas. — Digo, sempre se veste assim?

✬ Logan Montecarlo

Little misterious and beauty flower.

• THAT STRANGE WORLD OF FUNNY AND SMILER PEOPLE •

Nada poderia ser mais estranho e inusitado do que a celebração sem sentido e anual que ocorria naquele lugar. Uma festa que não tinha muita importância ou fundamento direto à garota, no entanto chamava-lhe a atenção e deixava-a ainda mais curiosa à cerca de tudo que lá havia. Ou seja, apesar da insignificância de tal evento, ela ainda assim iria para lá seguida pela sua intensa curiosidade sobre o desconhecido.

Não demorou a vestir-se ou arrumar-se, não ligava para coisas fúteis e de “meninhas” como estas. Uma saia de prega escura com um short preto por baixo, uma blusa colegial com um laço vermelho, meias três quartos e um sapato simples escuro, apenas. Seu cabelo escuro e curto estava solto e contrastavam com sua pele clara e com o tapa-olho branco que tampava seu olho esquerdo. Além da aparência sombria, misteriosa e de muitos nem ao menos saberem qual magia ela dominava ainda havia aquele tapa-olho que a deixava ainda mais enigmática. Não era do tipo de pessoa na qual os outros costumavam se aproximar ou conversar, não se importava com isso, às vezes o medo alheio era o melhor a se ter por perto.

A intenção era ir sozinha para o local, no entanto acabou sendo acompanhada por Logan, um mago estranho que era da mesma guilda que a sua. Ela não era de conversar muito a não ser quando necessário, por este motivo o silêncio entre eles era bastante comum entre ambos os estranhos misteriosos. Depois de alguns minutos depois de sua chegada ao local onde ocorreria a tal festa o rapaz afastou-se por tédio ou por que simplesmente queria comer algo, seja o que fosse fora a deixa dela se sair dali também.

Os passos calmos e pequenos da garota foram direcionados até os arbustos dançantes e animados perto dali. Flores coloridas acendiam-se luminosas espalhando-se por toda a parte como grandes pisca-piscas. A menina curvou-se um pouco ficando a poucos centímetros de uma das flores que passava lentamente do tom azulado para o roxo. Seu único olho que podia ser visto fixou-se nela por alguns segundos; sem piscar.

— Não se cansa de brilhar? — Falou ela com sua voz baixa e curiosa de sempre, como se de algum modo a flor pudesse a responder. Desejou que ela pudesse, seria uma companhia interessante e a qual poderia fazer diversas perguntas.