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Treino <Perícia> - Johnny Strongheart

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Treino <Perícia> - Johnny Strongheart  Empty Treino <Perícia> - Johnny Strongheart

Mensagem por Johnny Strongheart Qui Dez 13, 2012 1:08 pm



A Dança das Espadas
You Cast Spell on Me ♪

Sentado a beira do Píer. Era assim que eu costumava ficar sempre que eu me sentia sozinho, afinal não é nada fácil ser um pouco diferente. Meus pais me ensinaram que eu nunca deveria olhar para trás e que eu jamais deixasse que as palavras de ódio e desprezo dos outros me fizesse mal. Todo dia eu tento fazer isso, mas confesso que tem horas em que isto é bastante difícil. Deixo esses pensamentos de lado, meus pais já estão um pouco distante para eu estar tentando reviver tais memórias. Afasto-me da janela do meu quarto, a qual estava me proporcionando ver o píer, local onde mencionei ter escolhido como um refúgio. Era bom ficar lá sentando durante horas. Eu podia por meus pés na água e sentir a brisa em meu rosto, enquanto todos os meus problemas ficavam de lado. Morar em uma pequena vila, cuja posição nem existe para qualquer mapa, é bastante difícil. Ainda mais se você for diferente de todos eles, pobres pescadores comuns.

Sempre detestei atrair toda a atenção para mim, mas por eu ser a única pessoa com magia em toda a vila eu já era muitas vezes desprezado, humilhado, entre outras coisas que eles costumavam fazer. Quando meus pais moravam comigo, aqui em nossa pequena casinha, eles faziam de tudo para que os moradores da vila me respeitassem, tentassem pelo menos manter uma boa convivência. Até que isso estava funcionando, mas só até o dia em que meus pais estavam na vila. Hoje, não seu sobre o paradeiro de nenhum dos dois e vivo então sozinho, tentando construir uma boa reputação e aguardando uma chance de sair dessa vila. Eu não havia deixado esses pensamentos de lado? Acho que não funcionou essa tentativa, afinal estou eu aqui novamente relembrando e revivendo o que eu já passei. Calço um chinelo e deixo meu quarto, indo em direção a porta para sair da minha casa. Certifiquei-me de que a casa estava bem trancada, isso poderia evitar que alguma criança medonha entrasse e destruísse tudo que me pertence.

Caminhei na direção da pequena fonte da cidade. Ela se situa por trás da minha casa, uma área que a essa hora provavelmente deve estar vazia. Meus passos eram lentos, eu tentava o máximo não fazer barulho, Alguns civis estavam passeando, ainda era final de tarde e muitos procuravam nas barracas espalhadas pelas ruas, comprar aquilo que necessitavam. Meus olhos estavam fixos ao chão, mas se alguém se colocasse no meu caminho eu iria perceber. Estava agindo errado, pois se eu queria impor respeito deveria estar de cabeça erguida, mas eu estava começando a fraquejar diante disso. Sem razão para viver, estava começando a definhar cada vez mais, como se esperasse apenas que a minha hora chegasse o fim não parecia estar tão longe. Cheguei, mas meu palpite estava muito errado. Eu estava crente de que ficaria sozinho aqui, escutando o som da água que jorrava dos orifícios ornados com tanto cuidado pelos moradores, nisso que eles chamavam de fonte. Realmente, era uma construção digna de uma cidade maior, mas todo o resto da vila sempre fazia você crer que ela não pertencia a este lugar. Afinal, como uma construção com o mínimo de luxo, pode combinar com casas de pescadores, quase todas praticamente de madeira e com telhados de palhas? Um visual bem praiano. Quando eu ia dar meia volta, para não ter que ficar dividindo espaço com um senhor que estava bem à minha frente, do outro lado da fonte, eu fui surpreendido.

- Ei. – ele chamou, me fazendo ficar estático, à espera de “palavras gentis”.

- Eu não quis importuná-lo, desculpe-me. – ele percebeu que era uma resposta automática e então sorriu.

- Eu não vou te julgar ou cuspir palavras ofensivas a você, garoto. – ele realmente não se assemelhava aos outros, era gentil demais.

- E por que o senhor não agiria assim? – tentei não parecer tão defensivo.

- Eu só estou cumprindo a minha missão, antes que minha hora chegue.

- Missão? – não sei por que, mas suas palavras estavam me tranqüilizando e eu já estava parando para escutá-lo com atenção.

Ele se movimentou na minha direção, revelando que haviam duas coisas presas às suas costas. O seu rosto demonstrava uma feição que eu nunca havia visto em nenhum morador da vila, ele realmente parecia uma boa pessoa e eu estava me esforçando para acreditar nisso. Por um momento eu achei que poderia conhecê-lo de algum lugar, mas minha mente confusa não me permitia nenhuma evidência disso, até ele sorrir novamente. O Arco que seu sorriso formava e as covinhas em sua bochecha me fizeram ficar de boca aberta, literalmente. Olhando bem, ele parecia uma versão mais velha do meu pai. Ele percebeu que eu havia reconhecido-o e então ele abriu os braços esperando que eu o abraçasse, o que fiz por instinto e não por vontade. No fundo tudo que eu mais queria às vezes era um pouco de carinho e ele tava me dando isso. Senti o calor de seus braços me envolvendo, uma sensação pura de proteção e quase deixei uma lágrima cair, mas ele já estava me soltando e eu não queria ser visto de um ângulo tão emotivo.

- Você se parece muito com sua mãe. – ele falou sorrindo.

- Desculpe-me, mas o senhor já morava aqui? – era a minha maior questão nesse momento, afinal, se ele morava aqui, por que nunca me procurou?

- Não, Jow. – só meu pai me chamava assim. – Eu vim especialmente pra lhe mostrar que você não é o único com o seu dom.

Ele sacou então aquilo que tinha em suas costas, revelando que eram duas brilhosas espadas, que pareciam bastante afiadas aos meus olhos. O brilho que o sol ainda irradiava na fonte, era refletido no metal das espadas e eu quase pude ver meu reflexo. Ele então estendeu a palma de sua mão e runas começaram a circundá-lo, como se tudo que eu mais temia em relação ao meu dom, fosse dez vezes pior com ele, em quesito de intensidade. Olhei instintivamente para trás, buscando ter certeza de que ninguém estava nos observando, era perigoso arriscar. Daqui a pouco a noite iria cair e talvez estivéssemos mais seguros. Quando eu vi que ele tinha a mesma magia que eu, não dava nem para não acreditar, estava na minha frente à prova. Ele então estendeu seu braço, como se oferecesse uma de suas espadas a mim. Me passou também uma de suas bainhas e eu nem pude recusar, estava começando a obedecê-lo apenas por força maior, como se eu não estivesse me controlando mais.

- Tudo que tem a fazer é seguir minhas instruções e logo estará apto a se defender do que esta por vir. – ele passava muito segurança naquilo que dizia. – Nem tudo pode ser feito com magia.

Ele então levantou suas mãos e Runas começaram a brilhar em nossos pés. Eu pude então perceber que elas formavam um imenso círculo ao nosso redor, cercando toda a área reservada à fonte. Elas brilhavam intensamente, mas diferente das minhas, as dele possuíam uma coloração alaranjada e as minhas eram púrpuras. Por algum motivo eu conseguia interpretá-las facilmente. Elas estavam escritas de forma bastante ordenada e regulavam que ninguém poderia nem entrar e nem sair do círculo. Ele estava tentando me prender aqui? Duvidei então da sua capacidade de fazer isso. Onde está meu livre arbítrio então? Coloquei a espada presa às minhas costas, na bainha, e caminhei então na direção da saída. Esbarrei em uma parede invisível, justamente no limite que as runas estavam impondo para quem tentasse sair. Passei a mão pela tal parede e Runas se espalhavam por onde eu tocava, deixando bem claro que eu não poderia quebrar tal regra.

- Não conseguirá sair, não ainda. – ele parecia agora mais determinado. – Só terá que se defender, inicialmente.

Em uma velocidade incrível ele avançou na minha direção. Era mais ainda incrível se levasse em conta a sua idade aparente. Como ele conseguia ser tão veloz? Estava com sua espada já em minha garganta, nem pude me defender. Ou ele queria me atacar de verdade ou estava tentando forçar que eu desse o meu máximo pra sobreviver, mas não estava adiantando. Eu não estava nem um pouco interessado em me empolgar, mas tudo isso mudou quando a coisa começou a ficar séria. Ele recuou mas logo avançou novamente e com o peso do seu corpo, atingiu meu corpo em cheio, me fazendo bater na parede invisível com força, me proporcionando um desespero por ar, como se meu pulmão estivesse vazio e eu não pudesse respirar. Ele sorriu e esperou eu me recuperar para avançar novamente, mas desta vez ele vinha com sua espada. Cortou-me tão rápido que eu não pude perceber e nem dor eu senti, a adrenalina logo percorreu toda a extensão do meu corpo. Olhei para o meu braço e pude ver que o corto era superficial, mas o sangue estava escorrendo. Meus olhos tremeram como se quisessem rodopiar dentro da minha cabeça. Nesse momento eu não estava mais conseguindo me controlar direito. Ele recuou e avançou novamente com a espada, mas desta vez eu sabia que ele iria atingir mais pro lado, acertando em cheio o meu peito. Foi questão de milésimos e lá estava eu com a espada que me fora dada, defendendo-me de seu ataque. Eu havia sacado a espada, sem ao menos perceber e ter a ideia de fazer isso, e havia me defendido lâmina com lâmina da espada dele.

- Bom, muito bom reflexo. Já posso dificultar então.

Dificultar? Ele havia me cortado e eu poderia estar morto agora, se ele tivesse conseguido acertar o meu peito. Meu corpo respondeu sozinho e eu caminhei em passos largos para deixar a parede de runas e ir mais para o centro do círculo, exatamente ao lado da fonte. Ele parecia estar muito feliz com tudo isso e investiu na minha direção, só que desta vez eu não vi seus movimentos e só senti o vento passar pela minha pele, me deixando todo arrepiado. Percebi que ele estava então atrás de mim e quando me dei conta, minha roupa estava toda cortada, ele havia me atingido se nem que eu sentisse. Meus olhos tremeram novamente e por um instante eu achei ter visto, através do reflexo da água, que meus olhos estavam quase mudando de cor. Não tive tempo de pensar em como me defender. Ele veio me atacando, mas seus movimentos estavam um pouco mais lentos e eu podia ver como ele se portava. Suas pernas estavam bem posicionadas ao chão e pude notar que sua destreza e velocidade eram superiores, muito superiores a uma pessoa normal.

- Eu vou ter que levar a sério então? – o questionei, mas fiquem sem resposta.

Ao invés de me responder, ele avançou com a espada pronta pra me cortar novamente. Eu já nem sentia mais o sangue escorrer. Defendi novamente seu ataque, com a lâmina da minha espada. Usei um pouco de força e me desvencilhei da lâmina dele, então pela primeira vez eu tentei atacá-lo. Não calculei, só brandi a minha arma contra ele e pude ver o estrago que havia feito. Seu cabelo grisalho estava esvoaçante, mas boa parte estava lentamente caindo, na direção do chão. Meu golpe impensado havia cortado um tufo de cabelos de sua franja rala. Acho que o surpreendi, pois por um momento ele ficou sem ação, até que voltou a atacar. Corri então, era o que eu poderia fazer. Não o dei as costas, afinal eu tinha que ver seus movimentos ou tentar fazer isso. Ele desferia golpes laterais e eu consegui desviar de todos. Eu sentia que minha velocidade e esquiva estavam melhorando, mas jamais se compararia as dele. Usei novamente minha espada para me defender, mas fui surpreendido por uma terceira lâmina. Juro que não sei de onde ele a tirou e não quero imaginar, pra ser bastante sincero. Ele atacava freneticamente e eu ainda corria, desviando agora de duas lâminas como se eu tivesse feito isso a minha vida toda. Aos poucos ele acelerava seus movimentos e eu já estava perdendo o foco em suas ações e novamente me sentia desprotegido. Foi quando preparou para um ataque transversal com suas duas lâminas que eu vacilei. Me defender com apenas uma espada não foi inteligente e agora sangue escorria pelo meu rosto.

De repente uma cena do passado veio à tona. Eu, muito novo, estava a presenciar uma cena em que uma mulher havia entrado em minha casa e feito a minha mãe de refém, machucando-a como pode. Ela se utilizava de coisas que eu jamais havia visto, afinal eu nem deveria ter uns 4 anos. Quando eu vi sangue escorrer pelo rosto da minha mãe, naquele dia eu descobri o monstro que eu poderia vir a ser. Meus olhos haviam mudado de cor e um tom dourado havia assumido o lugar do costumeiro tom escuro Voltei ao presente e senti tudo aquilo de novo, uma vez que agora o sangue estava escorrendo no meu rosto. Minha visão tremeluziu e eu já perdi toda e qualquer consciência. Agora de fato eu não estava me controlando, como se minha real consciência estivesse do lado de dentro só podendo observar o que meu corpo fazia. Com a única lâmina que eu tinha, afastei as duas espadas do meu avô. O Ataquei com vontade, mais veloz do que eu jamais imaginaria que eu pudesse ser. Os olhos dele estavam pasmos, ele não estava acreditando no que via. Meus olhos estavam dourados novamente e eu não iria parar tão fácil. Avancei em sua direção desferindo ataques com a minha lâmina, enquanto ele só tentava se defender. Nossas lâminas dançavam, num ritmo um tanto feroz. Faíscas eram produzidas e o barulho do atrito do metal era ensurdecedor.

Ele agora estava a atacar, mas eu esquivava fácil como se meu corpo tivesse preparado para isso desde que nasci. Eu começava a ver que os braços dele estavam cheios de Runas e pude ler que ele estava usando-as para acelerar e aprimorar seus movimentos. Então ele estava começando a apelar? Meu eu interno estava tentando gritar, sair e poder retomar o controle do corpo, até que consegui isso. Quando voltei a mim e meus olhos estavam normais agora, já era um pouco tarde. Meu avô avançou com Runas e ele percebeu que agora iria me matar. Eu não conseguiria defender duas espadas com apenas uma. Eu não conseguiria me esquivar, pois a parede invisível novamente estava atrás de mim. No último segundo, eu já havia fechado meus olhos. Aquela hora que eu estava premeditando mais cedo parecia estar chegando e eu havia aceitado isso. No último instante e desta vez eu senti que era realmente o meu eu verdadeiro tentando sobreviver, meu coração acelerou e eu abri meus olhos. Movi meus lábios e coloquei a minha mão direita no peito.

- DARK SCRIPTURE – WINGS! – gritei algo que eu nem sabia de onde eu tinha tirado e como eu sabia de tais palavras.
Treino <Perícia> - Johnny Strongheart  IayKr
Meu avô então acertou a parede de seu círculo de runas e imediatamente olhou pro alto. Lá estava eu, voando há muitos metros acima. Quando me dei conta que havia sobrevivido, pude analisar o que havia acontecido. Asas púrpuras e luminosas estavam em minhas costas e eu havia levantado vôo no último milésimo. Runas. Eu havia utilizado-as. Eu já havia esquecido o meu avô, mas quando então olhei para baixo, a restrição de Runas já havia desaparecido e com elas o meu avô também havia partido. Desci como se fosse natural pousar de um voo. As Asas se desfizeram e eu novamente estava sozinho, mas me sentindo muito estranho por tudo que havia acabado de acontecer.


< Pretendo obter perícia em Armas Brancas (Espadas) e Combate (Agilidade e/ou Esquiva). Além disso, pretendo obter EXP.>



WHERE: Pequena vila, Litoral da Ilha. | WITH: My Grandpa. | NOTES: O Treino está no passado!.


• by Mari from OPS!&TdN
Johnny Strongheart
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Mensagem por Dimitri von Bleicken Qui Dez 13, 2012 5:09 pm



Avaliado



Perícia em Armas Brancas (Espadas) (A)
Perícia em Combate (Esquiva) (A)
60 de EXP.


Thanks Thay Vengeance @ Cupcake Graphics
Dimitri von Bleicken
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